Meu Brasil de canto a canto tem suor de nordestino » Poesia » Cultura » Infocultural

Meu Brasil de canto a canto tem suor de nordestino

Poesia - 09/10/2014

Por Antônio Francisco (Música e interpretação Genildo Costa)

 

Quando a seca vem devora

Do Nordeste toda flora

Nordestino vai embora

Para o Sul a todo instante

Trabalhar como gigante

E ganhar como menino

Molhando o solo sulino

Com sangue, suor e pranto.

Meu Brasil de canto a canto,

Tem suor de nordestino.

Numa favela jogado

Lá no Rio de Janeiro

Sem emprego e sem dinheiro

Na sombra do Corcovado

Todo o tempo ajoelhado

Esse pobre peregrino

Pedindo a Jesus divino

Que lhe cubra com seu manto.

Meu Brasil de canto a canto,

Tem suor de nordestino.

Foi soldado da seringa

Lá pelas bandas do Norte

Brincou lá com sua sorte

Longe de sua caatinga

Seu suor ainda pinga

Dos galhos do cipó fino

Num testemunho divino

Que o nordestino é um santo.

Meu Brasil de canto a canto,

Tem suor de nordestino.

Por esse pau-de-arara

Brasília foi construída

Esse pedaço de vida

Tem ferida que não sara

Gastou o suor da cara

No governo Juscelino

Merecia estátua e hino

Quem trabalha do seu tanto.

Meu Brasil de canto a canto,

Tem suor de nordestino.

(*) Antônio Francisco é poeta e escritor mossoroense
© Todos os direitos reservados. 2024.
Email: infocultural@infocultural.com.br
Painel Administrativo