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Cinco respostas à Greve da PM

Política - 17/04/2014
"A greve chegou ao fim (Graças a Dom Murilo Krieger! Rs.), mas algumas questões ficaram sem respostas. Senta aqui pra gente conversar.
1 - "Prisco é filiado a um partido de oposição": como foi filiado a partidos governistas nas eleições que anteriormente disputou, tendo feito campanha para Wagner sucessivamente em 2002, 2006 e 2010. 
Em tempo: Alice Portugal, Jaques Wagner, Rui Costa, Nelson Pelegrino, Zezéu Ribeiro, Luiz Alberto, Álvaro Gomes, Javier Alfaya, Sargento Isidório e outros que apoiaram as greves em período carlista, também eram filiados a partidos de oposição.
O problema, ao meu ver, não é a filiação de A ou B e sim a ação política deste partido junto aos sindicatos. Quando foi que o PSDB e o Democratas tiveram participação expressiva no movimento sindical baiano? Por favor...
2 - "Prisco está se beneficiando eleitoralmente da greve": NÃO TENHA DÚVIDAS. Acredito que ele possui espólio eleitoral para enfrentar uma eleição para uma vaga na Assembleia, mas em greve a aproximação da direção do sindicato com a base se amplia e fortalece, o que pode resultar em mais votos e mais engajamento na campanha.
"A greve foi eleitoreira": RESPALDADA por milhares de cidadãos que nos defendem nas ruas todos os dias? Será que estes aceitaram paralisar há dois dias da Sexta-Feira Santa para eleger Prisco e companhia? No mais, entrarei na pauta (que possui seus equívocos daqui há pouco).
À saber, a mesma crítica pode ser feita às manifestações próximas a Copa e as eleições. É preciso que tenhamos calma e sabedoria para analisar e diferenciar este segundo e terceiro ponto. Veja:
-- PAUSA PARA A FALÁCIA: "Prisco ganha eleitoralmente com a Greve. A greve é eleitoreira". Ou seja, parte-se de uma premissa verdadeira para concluir uma inverdade. Não se permita cair nisso.
"A culpa não é do Governo Estadual": seja por incapacidade administrativa, seja pela falta de habilidade política, a culpa de uma greve - em regra - é do Governo. Na atual situação, ao bem da verdade, Wagner está de mãos atadas. O Estado está falido financeiramente, não podendo honrar muitos compromissos, o Governo ainda resistiu a aceitar pontos centrais da pauta da polícia militar, levando a uma greve após 9 MESES de negociações.
Soma-se a isto, ao fato do Governo ter aprovado um Código de Ética junto aos sindicatos e tê-lo alterado de última hora de forma unilateral, criando absurdos do naipe de "policial militar não poder andar de cavalo pela cidade" ou sanções especiais para os PMs, quando no exercício da vida civil, baterem um carro. Além é claro da pauta salarial, onde o Governo busca confundir os conceitos de gratificação e salário, para afirmar que houve um ganho de remuneração dos servidores da Segurança Pública.
"A culpa é da Oposição": quem imortalizou a ideia de que "Oposição torce pelo pior" foram os petistas, tanto nas privatizações do governo FHC, quanto nas greves dos governos carlistas.

Pergunto aos leitores, em 2001, o PT e o PC do B financiaram e apoiaram descaradamente a greve da PM. Vocês viram esta mesma situação nesta greve? Os deputados de Oposição e o Prefeito de Salvador, ACM Neto (solicitado por Jaques Wagner) entraram no jogo institucional. Tanto na Assembleia Legislativa, quanto na comissão de diálogo montada as pressas pelo Governador.
~ Por fim, estou entre aqueles que ficou na torcida pelo fim da greve. Além do X da Greve ser constitucional ou não, legítima ou não, fica a preocupação com a vida do ser humano. Tanto aquele que se viu inseguro nos últimos dias (só nos últimos?), quanto aquele que está cotidianamente na linha de frente para nos conferir uma mínima sensação de segurança. (à exceção dos períodos de terceirização à FIFA, claro.)"
 
Rodrigo Rara é blogueiro, estudante de Direito da UFBA e militante do Democratas.
Rodrigo Rara
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