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Casamento real pode inspirar mudanças no rígido sistema imperial do Japão

Eventos - 20/05/2018
Casamento real pode inspirar mudanças no rígido sistema imperial do Japão O príncipe Harry, e Meghan, duque e duquesa de Sussex, deixam o altar da Capela de São Jorge, em Windsor - OWEN HUMPHREYS / AFP

"The Japan Times": perfil de Meghan, divorciada

birracial e americana, balança as tradições da realeza

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Uma análise feita pelo "The Japan Times" neste sábado, após o casamento do príncipe Harry, duque de Sussex, com Meghan Markle, indica que o episódio representa um sinal de mudança nas tradições da realeza. Assim como no Reino Unido, casamento real é um tema quente e relevante no Japão.

O perfil sem precedentes da noiva - atriz, americana, birracial e divorciada - é apontado com destaque, enquanto coloca em evidência o a natureza ainda conservadora de uma das mais antigas monarquias do mundo, a do Japão, vista como um forte símbolo do senso de nacionalismo no país.

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No período anterior e durante a Segunda Guerra, diz o "The Japan Times, o imperador teve papel fundamental no crescimento do fervor, sendo adorado como uma espécie de divindade xintoísta em vida.

Apesar de o sistema democrático implantado após a guerra ter reduzido a distância entre a família imperial e a população, muitos japoneses ainda vêem a família real como uma fonte inspiradora. Cultuando este senso de nacionalismo, os japoneses conseguiram evitar que suas tradições fossem sufocadas pelos costumes ocidentais, mesmo durante o processo de modernização do país, conduzido a partir do fim do século XIX.

Segundo especialistas, todos os antecedentes das pretendentes são checados pela família imperial e que uma mulher como Meghan não seria aprovada. Isso porque alguns setores mais de direita (políticos e eleitores) do país - embora minoria - ainda são muito conservadores.

Outro fator que contraria as tradições da realeza japonesa é a origem estrangeira de Meghan, já que tanto o divórcio, como o casamento com estrangeiros ainda não são tão comuns no Japão como no Ocidente. E para a família imperial real ainda seria difícil aceitar o sangue estrangeiro.

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A história oficial da realeza no Japão não tem registros de casamentos com estrangieos em centenas de anos. No entanto, a mãe do imperador Kanmu (cujo reinado foi de 781 a 806), era descendente de uma família de imigrantes coreanos.

Mas, enquanto se observam pessoas que ainda receiam que o senso de nacionalismo possa se perder caso as tradições imperiais sofram mudanças muito dramáticas, nota-se também que a monarquia tem se tornado mais informal nos últimos anos, com critérios menos rígidos para aprovação das esposas de seus descendentes.

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Alguns sinais indicam que a família imperial tem se tornado mais liberal. Em 1959m o imperador Akihito que em 1959 se casou com uma cidadã comum, a imperatriz Michiko. A princesa Mako, neta mais velha do imperador anuciou no ano passado o seu noivado com o colega de escola Kei Komuro, vindo de uma família modesta.

Diferentemente da família real britânica, que faz questão de dar publicidade às suas atividades em busca de apoio público, a família imperial japonesa - que tem sex mulheres solteiras além da princesa Aiko (filha do príncipe Naruhito e da princesa Masako - tem um perfil mais discreto. Tal característica tem raízes históricas que remontam ao passado militarista japonês. Como a Constituição pós-guerra proíbe imperadores de se engajarem em atividades políticas, suas atividades se limitam a cerimônias e eventos não-políticos. E, durante a Ocupação pelas Forças Aliadas, a família imperial foi privada da maioria de seus bens e propriedades e hoje é mantida com recursos do governo (ou dos impostos pagos pelo povo).

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