Que me lambe úmida
Com a saliva da breve partida,
Donde a tácita voz ao mundo cabe.
Se a reluzente imagem paterna
Quão desdenhada aos meus olhos
fulguram.
Perco-me nas cadeias cadavéricas,
Onde a face se transfigura.
E sobre o colo das maternas tetas
Concedo a espada que esse vil peito fere.
Tamanha vertigem da dor perdida,
Vai, mulher!, sobre relvas gregas.
As correntes se desatam,
E o filho então convertido
Em um virgem deus ambíguo,
Transpassando a lógica,
E o ébrio ventre da metafísica
No acalanto das pasmas saudades...
Adriano Eysen