os olhinhos que nada diziam
e que tanto espiavam
e que tanto roíam, os do rato,
as tiras do meu caminho azul
iluminado pela lamparina da lina bo bardi
e o titio mick jagger
chorava em beiço-beição sua she’s a rainbow
sob a chuva do piano
sob o granizo dos violinos
a espargir as cores deles e dela pelo horizonte
] have you seen her dressed in blue? [
e uma vergonha em mim meio esconsa
de que, sob a lembrança e o rigor de um joão antimúsica,
estivesse a tecer e a fiar este poema sem galos
e de uma manhã de um nunca acabar
e she's a rainbow enganchada
] she's like a rainbow
coming, colors in the air [
na vitrola, e o ratinho a roer
as longarinas da minha ponte velha
e nós - ele, eu mais a lina e a lamparina
a rebobinar as bordas do caminho.
e não chovia na canção dos stones
como chovia na riders on the storm do the doors
onde não havíamos nem eu
nem meu rato nem um arco-íris no horizonte
nem um assassino na estrada
e nem a lina da lâmpada, lamparina.
restou apenas a legenda assinalando
que o rato rói tudo que sobra ao inconsciente
e
que toda canção doida quer dizer algo ao sol.