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André Pomponet

Eleitor feirense ‘pulou fogueira’ da Covid-19 para votar

17/11/2020

Aqui na Feira de Santana longos silêncios e cautela com a Covid-19 marcaram o dia incandescente de eleições municipais. Às vezes, de ruído, só havia o do vento varrendo os milhares de “santinhos” de candidatos a prefeito e vereador espalhados defronte às seções eleitorais. Descontando este farto conteúdo que compunha um tapete escorregadio, pouca gente demonstrou mais entusiasmo, ostentando adesivos. Discretamente, algumas figuras arriscavam uma ‘boca-de-urna’ nas esquinas próximas aos locais de votação.

Nalgumas seções, o eleitor penou. Foi o caso do colégio Assis Chateaubriand, ali no Sobradinho, aonde votam milhares de feirenses. Quem se arriscou pela manhã, enfrentou um longo calvário: filas extensas, que avançavam preguiçosamente, sob o calor mortificante. Na entrada do pavilhão em que se concentrou a votação, aglomerações constantes, com muito eleitor aflito, consultando seção.

Gente com nariz fora da máscara, com a máscara no queixo, com a máscara displicentemente pendurada no queixo, conversando aos berros, cumprimentando amigos efusivamente: não foram raras as situações do gênero. Mas é necessário reconhecer que boa parte dos eleitores compareceu às seções atendendo às normas referentes ao uso do equipamento.

Problema mesmo foi cumprir o prudente distanciamento de pelo menos 1,5 metro. As longas esperas inquietaram muita gente, que avançava, encostando em quem estava à frente. A própria extensão das filas tornava difícil manter o distanciamento: dobrando esquinas, fazendo curvas, era difícil respeitar a regra. Verdadeira loteria aventurar-se nessas circunstâncias durante muito tempo.

Mas é necessário reconhecer que, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o feirense compareceu às seções eleitorais para escolher prefeito e vereadores. Isso fortalece a democracia – apesar de enferma no Brasil atual – e encurrala o califado bíblico que os mentecaptos entusiastas da extrema-direita andaram projetando por aí.

Amanhã vai ficar mais fácil analisar os resultados do conjunto das eleições. E começar a projetar 2022, cuja campanha, aliás, já está nas ruas, com o “mito” Jair Bolsonaro tentando cabalar votos...

André Pomponet