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Genaldo de Melo

O analfabetismo político está criando novas palavras na língua portuguesa

18/03/2019

A imbecilidade e a ignorância política tomaram conta de vez de Brasília. Não bastasse alguns deputados acreditando que vão manter seus medíocres mandatos apenas falando mal do lulismo, ainda aparece mais uma nova imbecilidade, que ultrapassa os limites da tolerância da inteligência dos outros.

Um tal de Heitor Freire, deputado aliado de Bolsonaro e do mesmo partido, no auge da imbecilidade humana propôs ao Presidente a criação da Secretaria Especial de Desesquerdização da Administração Pública. Confesso que nunca tinha visto tanto analfabetismo político num lugar só!

Uma proposta dessa natureza não pode considerada coisa de gente que compreende a política e como ela funciona. Também não parece uma piada dessas que são construídas por políticos que exercem mandatos de forma folclórica. Somente podemos compreender como resultado de ignorância e imbecilidade. Não existem outras palavras.

Curioso, procurei ver o significado da palavra desesquerdização, principalmente com esse sentido de que a Administração Pública está infestada de gente de esquerda, e não encontrei nada sobre o assunto nem mesmo no Priberam. Isso não é motivo de risada, isso é analfabetismo político mesmo, no sentido mais literal, aquele de que falava Bertolt Brecht! Isso é perigoso!

 

Deputada feirense resolveu ser inimiga do povo

 

Os novos deputados eleitos na onda do bolsonarismo sabem que a grande maioria dos brasileiros são conservadores nos costumes, mas parecem não entender que quando se trata de direitos, do mesmo modo, a grande maioria dos brasileiros são contra retrocessos. Prova disso foram as eleições que mudaram o quadro do Congresso, que não foi resultado apenas do bolsonarismo, mas como retaliação da sociedade por causas das propostas contra direitos elementares.

E tem alguns que parecem não ter assessoria, e cegamente para agradar o grande chefe “tuiteiro” começam o mandato apresentando propostas que claramente retiram direitos, que foram conquistados diante de muita luta de muitos anos. É o caso da “professora” deputada federal feirense, Dayane Pimentel (PSL), que simplesmente apresentou projeto para revogar as cotas sociais de acesso à universidades dos estudantes oriundos de escolas públicas.

Ser contra a lei das cotas que reconhece que os estudantes das escolas públicas estão bem abaixo dos estudantes das escolares particulares, é não querer reconhecer que a sociedade é desigual, principalmente no campo da Educação. Revogar esse direito não é coisa comum de conservadores, ou é falta de conhecimento da realidade brasileira ou então é para querer agradar um homem que pelos prognósticos iniciais vai definhar politicamente até as próximas eleições, levando junto seus bodes expiatórios.

A deputada inimiga dos pobres, da mesma forma que seu presidente, caminha em passos largos para ser deputada de apenas um mandato, como muitos outros que não fazem política, mantêm um mandato como se não fosse representante do povo. Se ela pensa que retirar direitos do povo brasileiro é o correto, ela descobrirá na frente que a história é a prova. Os protocolos dos sábios de Sião não existem!

Genaldo de Melo