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André Pomponet

O rural feirense, segundo o Censo Agropecuário 2017 (IV)

06/12/2018

Ao longo da década que se aproxima do final a Feira de Santana consolidou a condição de importante polo avicultor no interior do Nordeste. É o que sinaliza a implantação de empresas do segmento no município e nas cercanias, conforme atesta o noticiário frequente. A divulgação dos números do Censo Agropecuário de 2017 na Feira de Santana, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), oferece uma dimensão mais exata da atividade sobre a economia do município. O avanço foi, indiscutivelmente, impressionante.

Segundo informações sistematizadas em setembro do ano passado, havia no município 2,1 milhões de galináceos, categoria na qual se incluem – conforme critérios do IBGE – galinhas, galos, frangos, frangas e pintos. Esse contingente se distribui por 6.784 estabelecimentos, o que demonstra a ampla capilaridade da atividade no rural feirense.

A bovinocultura, atividade emblemática dos primórdios da ocupação da Feira de Santana, hoje, ostenta efetivo bem mais modesto: o rebanho totaliza 27.393 animais, segundo números levantados ano passado. Essa soma está distribuída por 1.360 estabelecimentos. Isso significa que somente 14,8% das propriedades rurais feirenses dedicam-se à atividade.

Um produto derivado da pecuária bovina é o leite. No levantamento, apurou-se que no intervalo foram produzidos 3,388 milhões de litros. Pode-se deduzir, portanto, que a pecuária leiteira constitui uma importante vertente da atividade, sobretudo porque, na região, subsistem diversas empresas dedicadas à produção de derivados do leite.

Outros rebanhos

O rebanho suíno na Feira de Santana também é modesto: não vai além dos cerca de 13 mil animais, distribuídos por 1.066 propriedades. Significa que boa parte das propriedades abriga poucos animais e não é exagero dizer que parte dessa criação é para autoconsumo, sobretudo nos períodos festivos, como o Natal e o Ano Novo que se aproximam.

No campo feirense também existem ovelhas. São exatas 11.071, segundo apurou o IBGE. O animal marca presença em 1.197 estabelecimentos rurais na Feira de Santana. É, também, um efetivo modesto, que reflete mais a pluriatividade das pequenas propriedades, sobretudo da agricultura familiar, que criação em larga escala.

Símbolo do semiárido, a cabra é ainda mais escassa que o porco no rural feirense. Foram contabilizados 3,2 mil animais no município, em apenas 305 estabelecimentos. Boa parte da afamada carne caprina consumida nos restaurantes feirenses, portanto, vem de municípios que polarizam a atividade no sertão, a exemplo de Uauá.

Curiosidades

Nas datas cívicas – sobretudo em 7 de Setembro – é comum se ver vistosos cavalos circulando pelo centro da Feira de Santana. Esses animais também são muito empregados em atividades produtivas urbanas, puxando carroças de material de construção e até móveis. O levantamento do IBGE sinaliza que, no rural, o total alcança 3,7 mil animais, em 935 propriedades.

A presença de outros animais no campo feirense figura mais como curiosidade que, propriamente, como atividade produtiva disseminada. É o caso das codornas – apreciadas como petisco pelos bares feirense – que não passaram das 763 contabilizadas. Ou da avestruz: no rural feirense, a espécime exótica, cuja carne é vendida a preço elevado, totalizou somente 14 exemplares.

A Feira de Santana, hoje, constitui um sólido polo avícola, o que as grandes empresas instaladas no município atestam. E as demais atividades vinculadas à pecuária – à exceção, em parte, da bovinocultura – são exercidas, majoritariamente, por pequenos produtores, normalmente agricultores familiares. Em linhas gerais, é o a inferência inicial que os números divulgados permitem deduzir.

André Pomponet